Mamãe Gicele, papai Luiz Cláudio. Por favor, não me peçam mais do que eu posso entregar a vocês. Foi difícil ser liberada para escrever, e se não fosse o amor de vocês eu creio que não conseguiria, pois ainda me encontro convalescente, mas me recupero bem e é com muito amor que recebo tratamentos através de médicos e benfeitores que me abrem o coração através da psicologia do amor. Não quero falar do acidente, pois ainda me sinto frágil ao lembrar-me do acontecido. Não quero que se culpem em nada, quem estava no volante era eu. Estou me sentindo até melhor escrevendo esta carta, e espero que vocês encontrem a mesma melhora. Meus beijos no Rodrigo, meu grande amigo e irmão querido. Meus beijos na vovó Juraci, vovó Lina, vovô Marçal. Eu já me encontrei com o vovô Eurico. Que pena, mas o prazo para a escrita que me foi dado é este. Vou ficar por inteira em pouco tempo, a mesma Flavinha de vocês. Beijão mãe. Faça com minhas coisas aquilo que seu coração pedir. Prometo-lhes tentar voltar em breve e escrever outra carta. Meus beijos, e não fiquem tão preocupados. Flávia Batista V. Pinheiro. MENSAGEM PSICOGRAFADA PELO MÉDIUM CELSO DE ALMEIDA AFONSO, EM REUNIÃO PÚBLICA, NA NOITE DO DIA 29/07/2011, NO CENTRO ESPÍRITA “AURÉLIO AGOSTINHO”, À AV. LUCAS BORGES, 61 – UBERABA – MG. Esclarecimentos: Gicele – Mãe; Luiz Cláudio – Pai; Rodrigo – Irmão de 9 anos; Vovó Juraci – Avó materna; Vovó Lina – Avó paterna; Vovô Marçal – Avô materno; Vovô Eurico – Avô paterno, desencarnado em 05 de maio de 2011, com problemas no coração (um mês antes do desencarne da Flávia, os dois eram muito ligados). Depoimento da mãe: A Flávia é uma moça muito alegre e cheia de vida, estava estudando o 3º ano do curso de fisioterapia, e sua partida nos deixou um vazio enorme. Tanto para a família como para os amigos está sendo muito difícil, ela era muito conhecida, por isso houve uma comoção em nossa cidade, moramos em Belém – PA, e apesar de termos uma condição financeira boa, a Flávia era muito humilde e tratava todos muito igual, por isso tinha muitos amigos e era a conselheira de todos, sempre sabia o que dizer nas horas mais difíceis, seu coração era enorme, não guardava mágoa nem raiva, tinha uma grandeza espiritual enorme, com certeza seu espírito era mais evoluído que o nosso, por isso sua missão acabou aqui..., mas continua lá. Agradeço a Deus o privilégio de ter tido ela como filha, aprendi muito com ela, mas a saudade dói muito aqui no peito. Em sua carta ela fala dos assuntos que mais nos preocupavam, a culpa de ter dado o carro à ela e a preocupação do que fazer com seus objetos pessoais (algumas pessoas diziam que eu tinha que me desfazer logo de tudo para não prejudicá-la). Outra coisa foi sobre o avô Eurico, pois eu havia sonhado com ela uma semana atrás, e ela me dizia que não havia encontrado ainda com ele, pois não haviam “autorizado”, agora ela já encontrou, e isto são provas de que realmente era ela, pois sabia o que mais nos afligia. No final da carta ela assina como sempre fazia, abreviando o Valente, pois seu nome completo é Flávia Batista Valente Pinheiro. Na véspera do acidente ela escreveu no Facebook, este poema de Caio Fernando Abreu
“Não espere... promessas vão e vem.
Planos se desfazem.
Regras, você as dita. Palavras, o vento leva.
Distância, só existe para quem quer.
Sonhos se realizam, ou não.
Os olhos se fecham um dia, pra sempre.
E o que importa você sabe menina.
É o quão isso te faz sorrir. E só...”
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- Flávia Batista Valente Pinheiro
- Nasceu no dia 11/10/1991 em Belém - PA
- Desencarnou no dia 04/06/2011 em Belém - PA
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