O pedreiro Ademir Jorge Gonçalves, 59 anos, foi dado como morto após um acidente na BR-153, em Santo Antonio da Platina (PR), na noite deste domingo (1º). Familiares e amigos reconheceram o corpo no necrotério e o sepultamento foi providenciado como de praxe. O detalhe é que Ademir, conhecido como Tufão, apareceu vivo no próprio velório, às 8h desta segunda-feira (2), feriado de Dia de Finados. Durante todo o tempo em que foi dado como morto, Tufão estava no restaurante do Auto Posto Platina, que fica ao lado do local do acidente. "Ele passou a noite toda bebendo pinga com os amigos", disse a vendedora Rosa Maria Sampaio, 50 anos, sobrinha de Tufão. O balconista Josiel Inocêncio da Silva, 23 anos, disse que Tufão soube que estava sendo velado pela família por meio de um amigo. "O rapaz chegou correndo para avisar que estavam querendo sepultar uma pessoa como se fosse ele [Tufão], que ficou assustado na mesma hora. Ele saiu do restaurante para esclarecer a história." O reconhecimento Segundo Natanael Honorato, 36 anos, gerente da funerária Rainha das Colinas, a Polícia Civil da cidade acionou o serviço para a retirada do corpo da pista. "Levamos a vítima para o necrotério, onde o legista fez os exames necessários. Já na funerária, um grupo de pessoas apareceu para fazer o reconhecimento do corpo. Alguns ficaram em dúvida, mas outros reconheceram o corpo como sendo de Tufão" A partir deste momento, segundo Honorato, o velório e o sepultamento da vítima foram providenciados. "Como eu iria imaginar que o corpo não era da vítima? Se a própria família, que conhecia o sujeito, reconheceu o corpo, como que eu, que não conhecia a vítima, iria reconhecer?", disse o gerente da funerária. De acordo com Rosa, a família ficou dividida quanto ao reconhecimento de Tufão. "Eu e meus dois tios ficamos em dúvida, mas uma outra tia minha e quatro amigos dele [Tufão] reconheceram o corpo, então, o que iríamos fazer? Providenciamos o velório." Segundo Rosa, o corpo foi liberado por volta das 6h de segunda-feira. "A família já estava no velório, mas a mãe dele [Tufão] olhou o corpo no caixão e achou estranho. Ela olhou, olhou e não conseguia acreditar que aquele era o filho dela. Não demorou muito para o morto aparecer andando no velório. Foi um alívio." Honorato disse que o reconhecimento do corpo foi feito com muita emoção. "Foi uma choradeira danada. Não tinha como ter dúvida, mas aconteceu. Em dez anos de profissão, nunca vi coisa parecida."
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Pedreiro é dado como morto e aparece no próprio velório
O pedreiro Ademir Jorge Gonçalves, 59 anos, foi dado como morto após um acidente na BR-153, em Santo Antonio da Platina (PR), na noite deste domingo (1º). Familiares e amigos reconheceram o corpo no necrotério e o sepultamento foi providenciado como de praxe. O detalhe é que Ademir, conhecido como Tufão, apareceu vivo no próprio velório, às 8h desta segunda-feira (2), feriado de Dia de Finados. Durante todo o tempo em que foi dado como morto, Tufão estava no restaurante do Auto Posto Platina, que fica ao lado do local do acidente. "Ele passou a noite toda bebendo pinga com os amigos", disse a vendedora Rosa Maria Sampaio, 50 anos, sobrinha de Tufão. O balconista Josiel Inocêncio da Silva, 23 anos, disse que Tufão soube que estava sendo velado pela família por meio de um amigo. "O rapaz chegou correndo para avisar que estavam querendo sepultar uma pessoa como se fosse ele [Tufão], que ficou assustado na mesma hora. Ele saiu do restaurante para esclarecer a história." O reconhecimento Segundo Natanael Honorato, 36 anos, gerente da funerária Rainha das Colinas, a Polícia Civil da cidade acionou o serviço para a retirada do corpo da pista. "Levamos a vítima para o necrotério, onde o legista fez os exames necessários. Já na funerária, um grupo de pessoas apareceu para fazer o reconhecimento do corpo. Alguns ficaram em dúvida, mas outros reconheceram o corpo como sendo de Tufão" A partir deste momento, segundo Honorato, o velório e o sepultamento da vítima foram providenciados. "Como eu iria imaginar que o corpo não era da vítima? Se a própria família, que conhecia o sujeito, reconheceu o corpo, como que eu, que não conhecia a vítima, iria reconhecer?", disse o gerente da funerária. De acordo com Rosa, a família ficou dividida quanto ao reconhecimento de Tufão. "Eu e meus dois tios ficamos em dúvida, mas uma outra tia minha e quatro amigos dele [Tufão] reconheceram o corpo, então, o que iríamos fazer? Providenciamos o velório." Segundo Rosa, o corpo foi liberado por volta das 6h de segunda-feira. "A família já estava no velório, mas a mãe dele [Tufão] olhou o corpo no caixão e achou estranho. Ela olhou, olhou e não conseguia acreditar que aquele era o filho dela. Não demorou muito para o morto aparecer andando no velório. Foi um alívio." Honorato disse que o reconhecimento do corpo foi feito com muita emoção. "Foi uma choradeira danada. Não tinha como ter dúvida, mas aconteceu. Em dez anos de profissão, nunca vi coisa parecida."
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